Enquanto Há Vida…

Por muito tempo acreditei no seguinte bordão: “O que começa errado, termina errado”.

Essa semana, numa conversa com amigos, vi uma pessoa selando um assunto baseando seu veredicto nessa mesma frase. E foi absurdamente triste ouvir que um monte de merda não poderia se tornar adubo para um jardim. Em tempos de “vida virtual”, acho que muita gente não teve a oportunidade de sujar a mão na terra ou pisar em poça de lama para poder repensar essa máxima.
Reconsiderei essa frase depois de analisar dois pontos. O primeiro, muito em voga, diz que “bandido bom é bandido morto”. Não há cura. Não há recuperação. Não existe esperança. Essas pessoas receberam o sinal de Caim as avessas.
O segundo ponto diz respeito a lamento de Davi quando confrontado do seu pecado de adultério e assassinato; “sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe”. O que poderia ser justificativa para seus desvios, na verdade se torna uma afirmação pragmática: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões.”
Acreditar no bordão “O que começa errado, termina errado” é não acreditar em perdão, não ter esperança em nada, nem em relação a própria vida.
E isso é pratico em todas as esferas da vida. Um dos meus melhores amigos só chegou a esse status porque nos perdoamos de todas as merdas que causamos na vida um do outro.
Ter uma família passa pelo exercício constante de perdão. E isso inclui qualquer tipo de relacionamento, mínimo que seja.
Tudo tem um fim na nossa vida. Há tempo pra tudo. Mas o que começa errado só termina errado quando há um único item na bagagem: Orgulho.
E não se trata de certo e errado. Mas de perdão e curativos.

Hoje Esse É Meu Coração

Valores em versos inversos, inteiros em terços de uma fé manca
Graças a Deus, sim senhor, admirável pecador
Do orgulho de ver o espelho das mascaras que vestem o rosto, o coração, o inteiro
A morte, a sorte, o encontro e o choro
As rusgas, rugas velhas, idéias e diferenças
Indiferença ao caso, acaso
O mastro que hastea a bandeira de um orgulho exposto a força
Machuca o fraco, fere o ferido
Desculpas na boca, pedras na mão, castelos do chão
Perdão, hoje esse é meu coração