Heranças!

corrente

Kierkegaard escreveu o seguinte:
“Vamos juntar todos os Novos Testamentos que existem, vamos carregá-los para algum lugar ao ar livre ou para o topo de uma montanha, e depois, estando todos de joelhos, que alguém se dirija a Deus nestes termos: Recebe o teu livro de volta. Nós, seres humanos, do jeito que somos agora, não estamos à altura de lidar com uma coisa como esta, que só nos torna infelizes. Minha proposta é que, assim como os habitantes de Gadara, imploremos que Cristo “se afaste do nosso litoral”. Está é uma forma honesta e humana de falar, muito diferente daquela nojenta e hipócrita baboseira em conteúdo que diz que a vida para nós não tem valor algum longe da inestimável bênção do cristianismo”

A primeira vez que li isso, fiquei realmente chocado. Não por esse discurso “nada cristão”, mas por que  já me vi pensando dessa forma, mas nunca tive coragem de assumir.
Virginia Stem Owens, escrevendo sobre a visão de Kierkegaard a respeito da igreja diz que “Ser cristão implica um posicionamento extremo e nada seguro. Não é na estrada da respeitabilidade que a gente sai em busca de Cristo”.

Quando se entende a bíblia como um livro “faça isso, não faça aquilo”, ele se torna exatamente isso que Kierkegaard escreveu, algo “que só nos torna infelizes”. Algo que, como jovens, queremos derrubar do nosso meio, pois é assim que, infelizmente, muitos “lideres”  tratam sua comunidade a “luz da bíblia”. E o pior de tudo. É assim que muitos gostam de ser liderados. É mais cômodo saber pra onde ir e como ir.
Segundo Virginia “quando, de modo inevitável, (Kierkegaard) percebeu que a própria instituição criada para glorificar a Deus preferia um compromisso com a respeitabilidade (em vez de um posicionamento extremo e nada seguro), ele propôs medidas desesperadas”. Exatamente o que escrevi no começo desse post.

Entenda que Kierkegaard nasceu em 1813 e já tinha essa visão da igreja. Infelizmente vimos que ele estava certo, vendo o posicionamento da igreja americana em relação ao Apartheid, a igreja alemã em relação ao Nazismo, a igreja brasileira e a Ditadura, etc…

QUASE todas se moldam aos valores morais e de comportamento vingentes na época. Influenciadas e não influenciando.

Hoje muitas grandes instituições já romperam até com a respeitabilidade. O dinheiro e o poder se sobreporam a Filipenses 4:6-8

“Não estejais inquietos por coisa alguma, antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplica com ação de graças, e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é santo, tudo o que é  justo, tudo o que é amável e de boa fama, tudo em que há virtude e louvor, NISSO PENSAI…

Até quando vamos continuar permitindo que tudo isso? Estamos vivendo uma geração em que ha possibilidade de plantar ótimas sementes para um futuro de verdadeira liberdade.

É através da nossa busca em Cristo para levar Cristo, através dos frutos de uma vida com Cristo é que tudo isso é dissipado.
Mais do que isso, nós deixamos de enxergar/mostrar o cristianismo como uma religião proibitiva, manipuladora e usurpadora e provamos isso ao mundo, VIVENDO a liberdade de Cristo em Cristo. Não é só conversa mole ou esteriótipo. É ATITUDE! E eu preciso ser lembrado constantemente disso.

3 pensamentos sobre “Heranças!

  1. Queria sonhar com a esperança. Mas começo a crer que nossa esperança precisa estar mais além desta vida do que naquilo que definitivamente conseguiremos incomodar, mas talvez não mudar.

  2. Acho que a minha esperança quanto a “igreja”, no sentido usual da palavra, ja desfaleceu também. Acho que a questão hoje, e que graças a Deus está havendo quebra de paradigmas, é o cristinianismo “além igreja”. Meio que a “Teologia/Eclesiologia de Bar” tem sido o caminho a ser seguido atualmente. E pra isso, a vida em Cristo deve estar mais do que alicerçada, neh?

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